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wtorek, lutego 05, 2008

poema de botequim

Joe Strummer. Chapéus, cálices, cigarros. Ele sorri. Olhar terno, casaco quente, roupas escuras. Seu cabelo é já grisalho, olhos azuis. A pele é bem branca e começa a enrugar. Descrevo toda a poesia, como uma fotografia subjetiva, que apreende apenas o momento físico das sensações. Inapreensível, seu sorriso se fecha e ele pergunta. Me olha fixamente. Pago o chá, já são quase seis horas. Empurro a pesada porta de vidro e me perco na chuva. Ele continua ali, calmo, suave, impassível... Gentil, nunca mais nos vimos.

poniedziałek, listopada 19, 2007

a moça

"Agora que temos nossa casa é a chave que sempre esqueço" (Legião Urbana)
"I don't care if Monday's blue, Tuesday's gray and Wednesday too..." (The Cure)






Fazia algum tempo já, e ela acostumara-se a pingar de casa em casa, quarto em quarto, salas e sofás para dormir. Vivia de favores até com seus pais, e não percebia, mas adaptara-se tão completamente a esta vida que só os laços de amizade eram eternos. O amanhã imprevisível e o que havia passado, havia passado.
As Flores do Mal como livro de cabeceira. Um comedor de ópio voraz que mudara a sua forma de pensar numa noite de crises e colapsos.
O Macário como descrições líricas de paisagens companheiras.
Os sonhos e delírios como temas favoritos para qualquer coisa que viesse na cabeça
A compaixão do polonês somada à hospitalidade do brasileiro como metas a uma nação.



E a personagem pronta, vive, boêmia e feliz, simples e profunda. Como você e eu.

czwartek, października 18, 2007

O louco

- Pierrot!
- Je m'appelle Ferdinand.


Um velho cinema, a poltrona da frente... Sem ninguém para atrapalhar a visão: eu e a tela, a tela e eu, como íntimos amigos... Irmãos. Segredos e histórias, sonhos... Tensões. Um verdadeiro cinema, daqueles que só se vê em filmes.



The night was heavy and the air was alive....


Era uma dessas noites muito claras; a luz branca escorria do céu, até ferir o chão, e luzes amarelas tentavam flutuar pelo ar. Fazia frio, tudo estava calmo. Ela andava como uma atriz francesa, vestindo seu belo casaco, com as mãos nos bolsos para aquecer; dava passos rápidos. Ia pela grama, calçada, e, finalmente, chegara à rua. Olhou para o céu: não havia lua, tudo era cinza, nublado. Alguém tocava trompete no quarto de luz acesa que aparecia nalguma janelinha de um alto apartamento. Belo Som! Um blues! E o barulho do vento, das árvores, a garoa que caía lentamente... Ela agora dirigia seu carro, observando o reflexo das luzes amarelas nas gotinhas redondas que ficavam no vidro. Mas não é romântico falar de carro, assim como não vale à pena citar as gotinhas agora. Belo seria pensarmos em grilos e estrelas e na eternidade. Os carros são muito modernos, e enferrujam. As gotas não caem mais, evaporaram-se. Ela corre na rua. O cheiro de grama molhada aquece-a; a dama-da-noite, velho perfume da infância, está hoje alegre. Um cachorro late, e nada mais. A rua deserta, como se a vida fosse um ciclo. Como se os problemas, de tão passageiros, não existissem. Como se tivéssemos nos esquecido do trajeto, lembrando-nos apenas de aromas e sensações antigas, retornando ao ponto de onde viemos. E o útero de nossas mães volta a nos envolver, com o som dos grilos, o brilho das estrelas, o calor da eternidade.



Elle est retrouvée!
Quoi? L' éternité.
C'est la mer mêlée
Au soleil


Qualquer filme que consegue terminar com uma estrofe de Rimbaud é, no mínimo, maravilhoso.

niedziela, października 14, 2007

momento truffaut

Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard
Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard
Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard
Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard
Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard
Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard

Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon

Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard

Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon

Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel

frags. 3

A comédia de Godard não poderia ser mais bela que os beijos roubados por Doinel duma Cristina. Por que o glamour fugiu-nos? Certamente que não foi a culpa de jovens burgueses maconheiros (vulgo playboyzinhos maconheiros de merda).

***

Lutamos por causa do Amor e nos acovardamos por culpa do desprazer de lutar.

***

Viver na lacuna é correr para lugar nenhum. É melhor saber que não chegaremos a nada do que duvidar da existência do fim.

***

O frio tem um cheiro denso e entorpece, e o calor se demonstra através do barulho de sapatos sobre um tablado de madeira.

poniedziałek, września 10, 2007

desencargo de consciência

DO PORQUÊ DE NÃO TER MONTADO UMA BANDA DE ROCK



A nossa geração foi incapaz de produzir rock’n’roll. Nascemos no abismo de um muro quebrado, no vão entre duas realidades opostas. O nosso amadurecimento se deu quando prédios e aviões foram sugados pelo chão, levando consigo o último lapso de esperança que brilhava nos olhos de nossos pais. Estes, por sua vez, ao invés de nos mostrar o caminho de volta do labirinto, só reclamavam da nossa passividade. Gerações anteriores, que haviam visto revoltas e guerras e revoluções (e até um mundo melhor), agora nos desprezavam, achando que nossos olhos estavam fechados. E talvez estivessem realmente... Éramos surdos, ouvíamos bate-estaca (músicas geradas por computadores), buzinas, lixo... O mundo era um aterro a céu aberto.

As nossas drogas - ecstasy, videogame, internet - não nos permitiam produzir; impeliam-nos a uma ação artificial, a uma comunicação virtual (em todos os sentidos); simulavam um movimento que ia se tornando aleatório e anárquico. Palavras expressas em vão. A cultura em massa vulgar e crianças sem sonhos. Toda uma geração vazia - os anos 90. Não pertencíamos a ela. Quem somos nós? ‘A vida é assim mesmo’...

Como poderíamos produzir rock’n’roll se os nossos olhos estavam assim fechados e os ouvidos atormentados? O movimento nos chamava e nos escondíamos atrás dele. Passivos. Corríamos para ele. Apáticos. As máquinas nos desiludiam, porém já não era possível viver sem elas. ‘A verdade é cruel’.

A nossa geração não pôde produzir rock’n’roll, nem política; nada. Era o que diziam os velhos, orgulhosos de seus tempos nostálgicos. E, enquanto isso, essas malditas handycams baixavam de preço e se facilitavam. O DVD barateou a exibição cinematográfica. ‘Ver o filme que quiser em casa!’. Se éramos ainda muito pequenos para refletir sobre os 50 anos do rock sendo comemorados, ouvindo Xuxa e Backstreet Boys, já nos encantávamos com o mundo do cinema Disney. 100 anos de cinematógrafo e... Talvez fosse essa a saída. A nossa geração foi incapaz de produzir rock’n’roll, mas esteve no centro do boom do cinema universal.

środa, lipca 11, 2007

Pickpocket (Bresson)

Review sobre o filme Pickpocket, do diretor Robert Bresson, escrita para a aula de inglês.


Pickpocket

The place is a jockey club full of wealthy people watching a horse race; the camera closes up in a thin ill-looking man who is about to quietly steal money from a lady’s purse. That’s how the film Pickpocket, by Robert Bresson, begins: with a tension felt by the main character, who shares his most subtle emotions with the spectator from the beginning until the end of the movie (what makes it even more unique).

Far away from the wafer-thin plot films, Pickpocket is filled with strong scenes, which show us the depth of human relations and how can people deal with their own life problems. With an existentialist plot and a unique way of filming, Robert Bresson takes the spectator through a strange story, full of new situations and the redemption of almost all those involved in it. On the other hand, however, he shows us that nothing is what it looks like and that people always have something to hide from society.

Everything could be said about Pickpocket, except that it is a far-fetched movie. Although its story seems to be similar to others, there is no place for corny scenes or mediocre characters in the film. And it is not pretentious at all - it is filmed in an atmospheric way, with the interpretation of an excellent non-professional actor, who could convince us that the character is he himself, making us almost believe that the whole movie is a documentary, and not a fiction.

Considered one of the best films ever shot, Pickpocket is really unforgettable. It makes us think about life and society, while gripping our attention to details we don’t usually think of. It is not by chance that Robert Bresson has influenced many good younger directors, such as Jean-Luc Godard or François Truffaut, and that his best movie, Pickpocket, still touches us in a deep way.

(words: 312)

wtorek, czerwca 05, 2007

Manifesto Romanz

MANIFESTO ROMANZ

PELA VOLTA À HUMANIDADE

  1. CONTRA O SER HUMANO-MÁQUINA CONTRA HOMENS-MENINOS, PELA CRIANÇA QUE HÁ DENTRO DE TODOS OS HOMENS
  2. CONTRA NAMOROS CLICHÉS
  3. CONTRA RELACIONAMENTOS PASTICHES
  4. CONTRA A CARÊNCIA QUE DESTRÓI ALMAS HUMANAS
  5. CONTRA AS PAIXÕES MIMETIZADAS E HUMANAMENTE CRIADAS
  6. CONTRA AS AMIZADES DECADENTES
  7. CONTRA A LUTA ENTRE CLASSES
  8. CONTRA MANIFESTAÇÕES PEQUENO-BURGUESAS
  9. CONTRA A REVOLUÇÃO PROLETARIADA
  10. CONTRA O MULTICULTURALISMO
  11. CONTRA O PRINCIPIO MASSIFICADOR DA IGUALDADE
  12. CONTRA O IMPERIALISMO PÓS-MODERNO
  13. CONTRA O CONSUMO DE ALMAS
  14. CONTRA O CONSUMISMO TERAPEUTICO

czwartek, maja 24, 2007

Análise pertinente

Texto extraído do livro Le Cinéma et moi, por Krzysztof Kieslowsky

"Le cinéma des grandes individualités semble bel et bien terminé.
(...)La plupart des grands réalisateurs sont en effet morts ou ne font plus de films. En route, ils ont perdu un élément essentiel, sans espoir de le retrouver un jour: leur imagination, leur façon de penser ou de raconter des histoires."

środa, maja 02, 2007

O! No more! Never more!

Ontem, Nana, Laura, eu e mais alguém assistimos ao Velvet Goldmine, filme que o Pedro adora e me deu de aniversário. Não gostei da imagem que eles fizeram do David Bowie, mas o filme é bom... É bacana.

Como vocês perceberam: não vou comentar a respeito do filme.
Decidi passar por aqui apenas para deixar a poesia recitada por alguma criança no meio do Velvet.

ANTIGONISH

de Hughes Mearns (1875-1965)

As I was walking down the stair

I met a man who wasn't there
He wasn't there again today
Oh I wish he'd go away!

só por ela já vale a pena assistir ao Velvet Goldmine.

wtorek, kwietnia 03, 2007

prosa poética

Cinema (o filme)

A câmera são uns olhos de um corpo que não respira; é uma memória sem saudades; o olhar sem preconceitos.
A câmera é o mecanismo cruel do que é belo; a verdade mentirosa; a representação da vida talhada, entalhada, lapidada, criada; a natureza do artificial.
A câmera não olha, ela enxerga; não assusta, assombra; não faz doer, machuca; não debate, impõe; não ama, transmite sentimentos.
A câmera é dura, é fria, é amarga.
Mas o personagem é a alma da câmera; e o telespectador é o seu espírito; e o filme é a sua vida; e o diretor é o seu deus.

piątek, marca 30, 2007

It's all true


Oh boy, is it all true!

Simplesmente porque o Kieslowski é o rei dos cinemas, porque tudo o que ele fez pode servir como referência para qualquer ato, porque ele é um artista.
Eu nunca tinha pensado que documentários pudessem retratar características tão sólidas, porém tão abstratas da existência humana. E talvez eles não possam. Kislowski pode.

Um gênio?
Um poeta?
Um artista?
Um homem!

E viva Kieslowski, viva seus filmes!


***

Para mais informações, é só acessar o link abaixo

http://www.bdetudoverdade.com.br/2007/mostras/kieslowski1.asp?lng=

***

Outro filme que vale a pena conferir é Santiago, do João Salles.


***


Não sei se vocês perceberam, mas o idioma do blog é em Polonês. Adivinhem o motivo!



POST ALTERADO

piątek, listopada 17, 2006


o ano em que meus pais
saíram de férias
(otem)
je vous trouve très beau
(hoje)

volver
(amanhã)