środa, czerwca 25, 2008

brainstorm surrealista [2]

Se a metáfora é a lei, interpreto a rua, interpreto meu irmão, interpreto a gravidade da mão louca que me procurava naquela noite. Reverenciei-me às perguntas. E dancei sem dançar, sem ninguém ver. Então me veio aquela idéia de que eu podia fazer o que quisesse, e foi o que eu fiz: comecei a cantar e a dançar, por cima da cama, dentro do chuveiro... Estava aproveitando a liberdade que me tinham dado aquele dia.

Meu cima era baixo, meu baixo meu cima. Brinquei de olhos fechados. Confortável, muito confortável, me abandonei e me prendi na ausência. Na ausência eu ouvia o silencio dos dinossauros a brincar lá fora. Bichinhos de estimação daquela época de meninice. Poder fazer tudo isso sem ninguém saber, ninguém ver. E o melhor: não nos ouvirem. Aí me aconteceu uma coisa surpreendente. Foi que naquele momento, o mito do êxtase se abateu. E conheci-o simples, como a pedrinha que chutava no caminho pra escola. Ele era lindo, sorriso no rosto, olhos bem pretos. Coisa estranha isso, porque eu tinha só 10 aninhos e não pensava em outra coisa que em brincar. Era o meu primeiro amor, talvez o único. O responsável pelo futuro de cachorro correndo atrás do rabo.

Poderia eu terminar assim?! Caindo, subindo, soltando, trancando, brincando, morrendo...?! Não quero essa vida pra mim! É por isso que pensei que talvez, se fosse procurá-lo, tentar recomeçar... A vida seria outra coisa, coisa boa. Mas isto não faz parte da história que eu contava. Os fatos se sucederam muito estranhamente a partir daquele dia. Não pude mais ler, cansei do cinema, da musica, não mais visitei as galerias. Um grande cansaço me roubara. E eu só podia cegar, calar, deixar a visão embaçar, aos ouvidos só ruídos assombrosos. Aí eu desmaiei. Acordei no dia seguinte no hospital, meus pais ao pé da cama, quarto particular. Estava internada. Internada porque decidi correr atrás dele na rua, correr por impulso, sem olhar para os lados. Depois disso ele veio me visitar algumas vezes. Permanecemos amigos durante todo o tempo do colégio, mas aí ele se mudou... Me ligou semana passada para conversarmos, parece que precisava de uma advogada e ouviu falar de mim.

brainstorm surrealista

Brincadeira surrealista adaptada para o pc. Ainda tem alguns probleminhas, mas a gente vai aprendendo com o tempo.

Esta foi com a Nana, mas seria legal se os outros ajudassem. :)


A noite estava fria e a neblina pesava sobre nossas cabeças congeladas. A unica coisa na qual se podia pensar era nos antigos amores absurdos. Absurdos porque estranhos, impensáveis realmente. Mas tudo parecia ocorrer por causa dos fantasmas que voltavam para remoer os pés daqueles que caminhavam aquela hora pela rua: os protagonistas desta estranha e bizarra estória.

Eu até imagino que a vida não seja só uma linha de tempo. Gostaria de experimentar a idéia de vida e tempo em círculos, como os mitos indígenas de qualquer lugar. Mas nesta cidade, tudo era quadrado. Quadrado como o céu, como as nuvens, como a prórpria neblina do inverno, o sereno do calor. Tudo passando correndo, mais rápido do que as letras que se juntam no meu pensamento. Um turbilhão que se repete e voa e zumbi um zumbido de eternidade passiva, porque a eternidade nunca poderia ser ativa. As coisas funcionavam assim ali e naquele momento. Ah, e a poesia! Amor, sublime amor absurdo! Vinho sublime do louco amor segredo do absurdo. Subamos! Até que trombemos o topo da cabeça com o chão dos céus. Subamos! Para as nuvens! Voemos sempre! Eu quero encontrar os meus fantasmas! A minha alma é tão estranha quanto o mar! E se reflete... Evapora... Vai em busca de nós todos, barrocos, mas sensatos. Se é que poderíamos ser sensatos com esta imensidão, este abismo. Aos pés. E já vem já. Se já vêem querubins me carregar, não sei. Não sei do que ele me falava naquele momento, só sei que era algo sobre a história da terra e do vento e da neblina que nos cercava aquela noite. Parecia que sonhava, um pesadelo talvez... Mas era tudo, tudo, tudo verdade.

Ai a verdade... Um batalão de metáforas, metonímias e antropomorfismos... Ai se ele me flagrasse. Ai o tesão de ser flagrada por tudo, por todos.