piątek, czerwca 29, 2007

Compaixão

Acho que vocês já perceberam que não tenho escrito nada novo, e somente postado textos de outras pessoas. É a falta de tempo.

Recebi um e-mail hoje muito bom, com um texto do Rubem Alves. Procurei ele aqui na internet, pra colocar o site onde foi publicado este texto, mas não encontrei. Me perdoe, Rubem Alves, por não linkar o seu texto! Muito anti-eticamente, vou então colá-lo aqui.
É um texto curto, fácil e gostoso de se ler, e que deve ser pensando... Isso eu deixo como tarefa para vocês!


"Meu coração fica junto ao coração dela..."
(Rubens Alves)

"A boca fala do que está cheio o coração": esse é um ditado da sabedoria judaica, que se encontra nas Escrituras Sagradas. Bem que poderia ser a explicação sumária daquilo que a psicanálise tenta fazer: ouvir o que a boca fala para se chegar ao que o coração sente. Acontece comigo. Cada texto é uma revelação do coração de quem escreve.

Pois o meu coração ficou cheio com uma coisa que me disse minha neta Camila, de onze anos. O que ela falou fez meu coração doer. Como resultado fico pensando e falando sempre a mesma coisa.

A Camila estava na sala da televisão sozinha, chorando. Fui conversar com ela para saber o que estava acontecendo. E foi isso que ela me disse: "Vovô, quando eu vejo uma pessoa sofrendo eu sofro também. O meu coração fica junto ao coração dela..."

Percebi que o coração da Camila conhecia aquilo que se chama "compaixão". Compaixão, no seu sentido etimológico, quer dizer "sofrer com". Não estou sofrendo. Mas vejo uma pessoa sofrer. Aí eu sofro com ela. Ponho o outro dentro de mim. Esse é o sentido do amor: ter o outro dentro da gente. O apóstolo Paulo escreveu que posso dar tudo o que tenho aos pobres, mas se me faltar o amor, nada serei. Porque posso dar com as mãos sem que o coração esteja a sentir. A compaixão é uma maneira de sentir. E dela que brota a ética. Alguém foi se aconselhar com Santo Agostinho sobre o que fazer numa determinada situação. Ele respondeu curto e definitivo: "Ama e faze o que quiseres." Pois não é óbvio? Se tenho compaixão nada de mal poderei fazer a quem quer que seja.

Fernando Pessoa escreveu um curto poema em que descreve a sua compaixão. Por favor, leia devagar: "Aquele arbusto fenece, e vai com ele parte da minha vida. Em tudo quanto olhei fiquei em parte. Com tudo quanto vi, se passa, passo. Nem distingue a memória do que vi do que fui". Compaixão por um arbusto... Ele explica esse mistério da alma humana dizendo que "em tudo quando olhei fiquei em parte. Com tudo quanto vi, se passa passo..." Os olhos, movidos pela compaixão, o faziam participante da sorte do pequeno arbusto...

Eu já sabia disso. Mas nunca havia enchido o meu coração ao ponto de doer. Doeu porque liguei a fala da Camila a essa tristeza que está acontecendo no Brasil.

Os corruptos são homens que passaram pelas escolas, são portadores de muitos saberes. Tendo tantos saberes, o que lhes falta? Falta-lhes compaixão.

A falta de compaixão é uma perturbação do olhar. Olhamos, vemos, mas a coisa que vemos fica fora de nós. Vejo os velhos e posso até mesmo escrever uma tese sobre eles, se eu for um professor universitário. Mas a tristeza do velho é só dele, não entra dentro de mim. Durmo bem. Nossas florestas vão aos poucos se transformando em desertos mas isso não me faz sofrer. Não as sinto como uma ferida na minha carne. Vejo as crianças mendigando nos semáforos mas não me sinto uma criança mendigando num semáforo. Vejo os meus alunos nas salas de aulas, mas meu dever de professor é dar o programa e não sentir o que os meus alunos estão sentindo.

De que vale o conhecimento sem compaixão? Todas as atrocidades que caracterizam os nossos tempos foram feitas com a cumplicidade do conhecimento científico. Parece que a inteligência dos maus é mais poderosa que a inteligência dos bons.

Sabemos como ensinar saberes. Há muita ciência escrita sobre isso. Mas não me lembro de nenhum texto pedagógico que se proponha a ensinar a compaixão. Talvez o livrinho de Janucz Korczak Como amar uma criança . Mas Korczak é uma exceção. Ele sabia que para se ensinar algo a uma criança é preciso amá-la primeiro. Korczak era um romântico... Por isso o amo...

Aí fiz a mim mesmo uma pergunta pedagógica: "Como ensinar a compaixão? Conversando sobre isso com minha filha Raquel, arquiteta, ela se lembrou de um incidente dos seus primeiros anos de escola, quando menina de sete anos. Seria o aniversário da faxineira, uma mulher que todos amavam. A classe se reuniu para escolher o seu presente. Ganhou por unanimidade que, no dia do seu aniversário, as crianças fariam o seu trabalho de faxina. Disse-me a Raquel que a faxineira chorou...

Sei que as crianças aprendem com o olhar, o olhar das professoras. Elas sabem quando as professoras as olham com os mesmos olhos com que Fernando Pessoa olhava o arbusto. Sei também que as estórias provocam compaixão, quando o leitor se identifica com um personagem. Sei de um menininho que se pôs a chorar ao final da estória O patinho que não aprendeu a voar. Ele teve compaixão do patinho. Identificou-se com ele. Vai carregar o patinho dentro de si embora o patinho não exista. Lemos estórias para as crianças e para nós mesmos não só para ensinar a língua mas para ensinar a compaixão.

Mas continuo perdido. Preciso que vocês me ajudem. Como se pode ensinar a compaixão?

środa, czerwca 13, 2007

Breton

Por uma Arte Revolucionaria Independente

ANDRÉ BRETON E LEON TROTSKI

Alguns pontos interessantes do encontro entre estes dois líderes (extraído do site http://www.culturabrasil.org/poruma.htm ) :


  • Uma aliança em prol da civilização, da vida, do ser humano em sua plenitude de manifestações.
  • Nenhuma barreira, nenhum tipo de controle, nenhum limite aos sonhos, à cultura ou à arte, que todos nascem no mesmo lugar.
  • Um libelo pela mais plena e absoluta liberdade de expressão, sem qualquer tipo de amarras.
  • A arte jamais deve ser reduzida a serviçal do capital.
  • Se destruir uma obra de arte é considerado por todas as pessoas sensíveis um gesto hediondo, como classificar o gesto de impedi-la de sequer existir

"O que queremos:

a independência da arte - para a revolução
a revolução - para a liberação definitiva da arte."

wtorek, czerwca 05, 2007

Manifesto Romanz

MANIFESTO ROMANZ

PELA VOLTA À HUMANIDADE

  1. CONTRA O SER HUMANO-MÁQUINA CONTRA HOMENS-MENINOS, PELA CRIANÇA QUE HÁ DENTRO DE TODOS OS HOMENS
  2. CONTRA NAMOROS CLICHÉS
  3. CONTRA RELACIONAMENTOS PASTICHES
  4. CONTRA A CARÊNCIA QUE DESTRÓI ALMAS HUMANAS
  5. CONTRA AS PAIXÕES MIMETIZADAS E HUMANAMENTE CRIADAS
  6. CONTRA AS AMIZADES DECADENTES
  7. CONTRA A LUTA ENTRE CLASSES
  8. CONTRA MANIFESTAÇÕES PEQUENO-BURGUESAS
  9. CONTRA A REVOLUÇÃO PROLETARIADA
  10. CONTRA O MULTICULTURALISMO
  11. CONTRA O PRINCIPIO MASSIFICADOR DA IGUALDADE
  12. CONTRA O IMPERIALISMO PÓS-MODERNO
  13. CONTRA O CONSUMO DE ALMAS
  14. CONTRA O CONSUMISMO TERAPEUTICO