piątek, grudnia 28, 2007

cheiro de mar (o delirio e a decepção)

Voltava para casa e desejava escrever suas memórias na carteirinha do clube. Mas estava vencida e o clube fechado. Pensou nas palavras todas... Frases se formavam aleatoriamente, sons bonitos... Era uma música estranha. Um delírio talvez. Em outra língua.
Passava por sobre o viaduto, na direção do mar. Estava muito próxima do mar. O carro na sua frente carregava pranchas de surf e malas de viagem. O cheiro de areia e sal invadia sua narina. O sol era quente, queimava seu braço, seu rosto vermelho... Ardia. Mas ela continuava seu caminho, olhava a paisagem: sempre em direção ao mar. Pensava no mergulho. A música que tocava ela ouvira no Carnaval passado. Sim, música de Carnaval! Marchinhas...
O carro da frente bem lento. Pessoas na rua andavam de bicicleta e acenavam. Ah... a praia, as férias! O cheiro de maré tranqüila!
E o suco de laranja ainda se fazia sentir em sua boca. E era o único modo de se sentir refrescada. Suco refrescante. Sentidos e reflexos satisfeitos. E a direção do mar.
Árvores, flores, plantas, cachorros e gatos no meio do caminho... O dia estava lindo, ensolarado. Ela fechara os olhos agora, e ria. Ria ao ritmo da música. O outro Carnaval, velhos amigos, a praia... O sol... A lua cheia sobre as águas, que belo!
Carros de jovens alegres dirigindo, o sol muito forte. Todos felizes, o verão chegara!
E então ela atravessou o rio, passando pelo viaduto. E chegara na praia, ao mar. E saiu de seu carro. O carro da frente estacionara também. Jovens rapazes de bermudas e guarda-sóis. Ela com sua toalha e livros. Passou pelo portão: a praia! E foi mergulhar no mar refrescante, o corpo suado. E no oceano não havia água! O oceano secara!

pré-mon-ição

Em 2008 eu quero tudo o que foi apagado aqui.

sobota, grudnia 22, 2007

reclamação

Reclamaram que aqui só se fala de dor.
Se esqueceram que pra quem já foi blasé isso aqui tá é muito é bom!
Mas será que a gente muda tanto assim?
Acho que a gente só se esconde...
São namoros, cavalos, cachorros, gatos, luar, amigos, festas, sorrisos, comida, sono, filmes, TV, chuva, tempestade, livros, trovões, sono, sonhos, poesia, sono, olhares, pálpebras... dormir... desligar, acordar, acreditar... aceitar também.

É... A gente só se esconde.

[as fraquezas fazem parte, já que nem tudo é arte.]

sem telefone

Malditos sejam esses aparelhos eletrônicos modernos.
Tecnologia porca!

A comunicação deveria voltar a ser feita através de bilhetinhos, cartas, recados, fofocas boca-a-boca, pedrinhas batendo na janela, mocinhas pulando a janela, bicicletas, cavalos, carruagens, espiões atrás da porta...
- Quer ir ao cinema hoje, querida?
- Oh, sim! Mas esperemos meu pai dormir!
- Quer ir comigo ao baile?
- Ah... Não dá, desculpa. Já tenho um par, hihihi.

wtorek, grudnia 18, 2007

nostalgia

Dores de cabeça, remorso, nariz doendo (sim: nariz doendo), olhos vermelhos, lágrimas de um olho só, garganta irritante, língua sem sentido, tontura. Ânsia? Um pouco. Vertigens, vertigens. Delírio? Um pouco. Ecos nos olhos. Abraços do vento. Envolve-se com as colchas, a coberta, edredon. O ursinho sorri, elefantinho alegre. Saudades do chá da mãe, dos biscoitos da vovó, do deseínho animado divertido, bonitinho, sensível, educativo.

O que seriam devaneios? Seriam sonhos acordados?
Não. Seriam sonhos soltos, sonhos jogados, sonhos desconectados da mente: os sonhos materializados em algum conceito externo.

Eu não falo do Amor. Eu falo do bem-estar que há muito endureceu, quebrou-se. Bem-estar feito em cacos, como a antiga lasquinha que me fez sangrar.

por que nos esquecemos sempre do que íamos falar?

poniedziałek, grudnia 17, 2007

natal?

e ainda têm coragem de dizer que o natal é belo, belíssimo!
natal tem sua força, natal é cerimonioso, natal sorri de harmonias e tons graciosos. natal tem graça, mas não beleza! o natal, hoje em dia, se apóia em algo que não existe mais. valores, condutas, etiquetas, família, amigos, gestos de carinho, gestos gentis... gestos infelizes, infantis, gordos em olhos, gordos nos bolsos: presentes inúteis, inútil festa fatídica.

e por defesa própria, digo: sempre gostei de natal.
mas nunca gostei das luzinhas bonitas que brilham... apagam-se e se ascendem, e nos fazem lembrar: a sua vida é sagrada, mas seu Deus morreu. o que é sagrado então?
a nostalgia da infância. a infância se foi.
a festa é agora embriagar-se, beijar, sexar, amar, servir como escravos às nossas próprias obrigações, condutas morais, natal, oh natal, é natal!

e por defesa própria digo outra vez: eu sempre gostei do natal.
a festa, a comida, a família reunida.
mas o que é família? quem passa fome? a festa é isso ou a festa é dançar, desamar, pornografizar o Amor ao Deus que morreu? grotesco!

mas o natal é forte e sobrevive. natal é bonito, natal é assim:
natal é natal, e não adianta chorar:
natal é nostálgico, é pra celebrar
o passado, o mundo feliz a cantar
às estrelinhas que brilham no céu,
debaixo da chuva, calor infernal...
calor desumano, Amor egóico,
mas o que isso importa?
pois natal, é natal!

língua sangrenta

sem pneumonia, sem falhas, sem gestos.
a língua rasgou, sangrou, amoleceu, ficou entorpecida.

a nostalgia do cheiro de cal e telha molhada. a noite cheira bem com flores abertas. e os sons de crianças brincando n'alguma piscina, sons de máquinas e conversas noturnas em carros parados ainda vibram nos ventos sombrios.
a festa não acabou, e a essência de churrasco repete-se a cada instante.

a dança sorriu hoje à noite.
o amigo chorou no ombro das árvores agitadas.
a lua bocejou entediada, e adormeceu ao tocar nas nuvens macias.

a poesia não existe mais. e você ainda diz que Amor é carnal.
Amor não existe para espíritos sensiveis, mas para rechear as almas carentes, vazias de vida, vácuo vibrante.

o vento chora, ou sopra, ou briga.
e os livros chamam ainda para o estudo.
estudo desditoso, desgostoso, des-tudo: des-resposta, des-saudades, des-tempo,
a-mor-al.

środa, listopada 28, 2007

vedere

Criar. Não, não criarei nada. Porque palavras e pensamentos se mesclam, os olhos fecham-se para a luz que tenta penetrá-los. Olhos virgens de graça e sinfonias. Olhos puros, mas sem brilho. Olhos que, por medo, não se puseram a viver. A alegria abandonou-os quando fugiram da incerteza. A falta de coragem foi-lhes o engano maior, a falta maior. E, agora, machucados, sonham. E choram. Por trás de pálpebras pesadas.

ontem

São Paulo rege cinza sobre nós sua sinfonia de uivos* e lágrimas em tom vibrante.


* Do original: ruivos

fuga

onde está o texto?? cadê meu texto?? eu deixei ele aqui, ó!!! cadê a droga do texto?! ahhhhhh!!!! eu quero meu textoooo!!! CADÊ?????????????????

wtorek, listopada 27, 2007

terça-feira ?

e o mundo nos fez crer que não poderia estar pior.

wtorek, listopada 20, 2007

toró

Finjamos que o texto a seguir foi escrito em tinta preta.



"Imagina, fazer a FUVEST com pneumonia? Aí vai o monitor lá no hospital pra você poder fazer a prova." (Bruno, de bicicleta, embaixo do temporal)

Imagina um caco de vidro entrando no pé após ser arrastado pela chuva.
Imagina alguém de sandálias do lado do cemitério da Consolação, quando a enchente já começou.
Imagina um vento muito muito forte.
E a cólica! Se imagina agora com cólica!
E tudo isso se for pra visitar amigos antigos que nem te imaginam passando por lá...


[obviamente não acaba aqui, mas há a preguiça e o sono....]

transcrição

Relíquias do início do mês:


Sempre tem alguém, no meio do caminho, para nos acordar e nos trazer de volta ao que chamam de vida. E morremos por dentro, iludimos os sentidos, desfazemos os sonhos para retornar ao estranhismo do lado de fora: a ilusão apelidada de realidade.

***

Mais um avião caiu, e o meu maior medo prevalece: um choque frontal na rodovia do amor.

***

Ainda dormem os meus sentidos: o que faço agora é automático. Se estou escrevendo, é por sonambulia. Não penso e não existo, reajo ao mundo material para que me entendam. Eu, por mim, continuaria servindo ao império de meus sonhos.

***

Tudo se resume à vontade de viver. Mas o que é vida, afinal?

***

E, de repente, eles me mostraram o caminho do mundo e o sentido da vida. Eu sei o que eu quero, mas não sei como encontrar. Tudo está do avesso.

[há um texto. mas é melhor não transcrevê-lo.]

Grãos de Outubro

Farelos varridos para baixo do tapete:

Nômade. Como os outros desertores.

***

Não sei se é o cansaço por si só, ou o gosto pelo conforto, mas o sedentarismo, a comida bem feita, a bebida fresca e boas noites de sono, faz-me bem! A vontade de ficar e relaxar aumenta, junto com as saudades de quando caminhar era só ilusão.
Velhas emoções são estimuladas novamente, e duram pouco, são como faíscas da madeira raspando na pedra.

***

O vento grita, corre, desenvolve-se e escorrega no céu. Bate na rocha, estoura em construções, leva consigo folhas, flores, poeira, animais. As árvores resistem; a grama também.
O vento hoje está irritado, revoltado, é o sopro quente que sai da boca de um dragão. O seu barulho arrepia, se corpo corta como navalha. Parece que estamos submersos num rio transbordante que se joga montanha abaixo.

***

Os sons da infância: cheiro de Amor e saudade.

poniedziałek, listopada 19, 2007

a moça

"Agora que temos nossa casa é a chave que sempre esqueço" (Legião Urbana)
"I don't care if Monday's blue, Tuesday's gray and Wednesday too..." (The Cure)






Fazia algum tempo já, e ela acostumara-se a pingar de casa em casa, quarto em quarto, salas e sofás para dormir. Vivia de favores até com seus pais, e não percebia, mas adaptara-se tão completamente a esta vida que só os laços de amizade eram eternos. O amanhã imprevisível e o que havia passado, havia passado.
As Flores do Mal como livro de cabeceira. Um comedor de ópio voraz que mudara a sua forma de pensar numa noite de crises e colapsos.
O Macário como descrições líricas de paisagens companheiras.
Os sonhos e delírios como temas favoritos para qualquer coisa que viesse na cabeça
A compaixão do polonês somada à hospitalidade do brasileiro como metas a uma nação.



E a personagem pronta, vive, boêmia e feliz, simples e profunda. Como você e eu.

impressions



O mais famoso, só pra dar um gostinho especial ao blog.
Afinal, há tempos não tínhamos imagens aqui!

zunindo ao pé do nariz

Tem uma abelhinha tentando entrar. Será que está suja de mel? Será que tem medo de chuva? Será que dança para suas amigas socorrerem-na em minha janela? Ou será que foi largada ao acaso e decidiu compartilhar a esperança aleijada com seus semelhantes - humanos céticos e perdidos na vida?

***

dormir à tarde, acordar à noite e estudar em sonhos. Porque a vida é o perfume da dama-da-noite, sublime, invisivel, suave e acolhedor.

sobota, listopada 17, 2007

carregando mensagem ...................

piątek, listopada 02, 2007

uma cena

Ruídos: passos no asfalto, a respiração de alguém ofegante, cansado, com medo. Folhas que tentam levantar vôo, árvores nervosas, uma gota, depois outra.
Aromas: o vento carrega consigo um cheiro suave de orvalho, de grama e terra, de infância. Mistura-se com isto a podridão de um braço de rio, fumaça de carros ao longe [aliás, há barulhos de carros e pessoas ao fundo da rua, no horizonte apagado].
Imagens: uma rua deserta, galhos agitados, folhas no chão, insetos no ar. A lua ilumina, mesmo que atrás de nuvens escuras. É noite. As luzes da rua não funcionam. Uma tenta ascender-se, está quase queimando. As casas iluminam a noite escura, o pouco do asfalto... Uma criança andando. Carros parados e bicicletas no chão.um pássaro dorme sobre seu ninho. Mas não dá para vê-lo na escuridão.

Venta, mas faz calor. É um bafo quente que vem do rio, ou talvez do asfalto queimado. A paisagem é estranha... É um poço que transborda de lembranças e dores e risadas.
As gotas na janela... Não dá para saber se é a chuva do lado de fora do vidro, ou lágrimas escorrendo por alguma bochecha iluminada por um olhar do lado de dentro da sala abafada.
Um telefone toca, ninguém atende. Continuam as divagações e pensamentos... O coração ainda bate com a mesma força enigmática. O celular agora toca desesperado. Sem resposta...

Era antigamente... O mesmo vento, a mesma onda de calor, os mesmos cheiros e sons e paisagens ilustravam a pérola negra dos quinze anos. Doloridos, em carne viva, passados, revoltados. Ferozes quinze anos. Caminhávamos juntos por sobre o asfalto, na melancólica sarjeta. Músicas antigas e belas, sensíveis. O Werther embaixo do braço. Correndo das gotas pesadas. O msn piscando com mensagens ansiosas.
Maldito seja o poço da infância! O mundo já passado, o vácuo do destino... A insegurança do amanhã!

Gotas

Não sair de casa com medo de se molhar.

Não, hoje não há histórias a serem contadas, paisagens condensadas em belas descrições ou sons suaves voando pelos céus.

A maioria das pessoas tem medo da vida, do mundo, dos outros. A chuva cai, tempestade e vento. Tempestade e trovões. Vai acabar a luz outra vez. Árvores balançam e poesias vão-se na enxurrada de esgotos no asfalto sujo, na dura sarjeta. E buracos fazem a água acumular-se, formando enormes poças d’água. Eu queria pular dentro de uma poça d’água para molhar quem vem na contramão desta calçada, mas não posso. A rua está deserta.

niedziela, października 21, 2007

breve momento

As árvores se revoltam contra o cheiro de fogo e a fuligem negra. As folhas não caem, e são verdinhas, verdinhas... O chão é coberto de flores rosa, o céu quer ser azul brilhante, mas a lua está quase cheia hoje, encostando-se numa cobertura de nuvens cinza-claro, que formam um colchão macio.
As árvores debatem-se zangadas e as suas sombras misturam-se com o céu. O ar é quente, cheio de poeirinhas e animaizinhos levantados do chão.
Eu sonho histórias para contar.

luzes e reflexos

Hoje, todas as cores estão desbotadas: o céu é dum cinza cru... Os caules das árvores são marrons igualmente cru, com musgos cru. As folhas formam coberturas verde-cru sobre as ruas, que projetam as escuras sombras cru. Carros resmungam cruamente, e cachorros latem pêlos cru. O vento traz um cheiro cru para as narinas de um gato dorminhoco. As folhas escorregam pelo chão de pedra cru, fazendo um som seco, muito cru. E no calor da sala, iluminada por um laranja vivo, admiro a paisagem entrando pela minha janela: se lá fora postes, muros e ninhos de pássaros estão cru e desbotados, daqui de dentro, o azul vivaz da luz que entra fere a minha retina, querendo me lembrar que as fantasias são reflexos de uma realidade nascida antes do tempo.


***


Os contornos são inexistentes nas coisas, que não têm sombras. A luz azul é contornada pela branca desbotada, tornando-se claro o limite de ambas. O contraste com a luz laranja é fortemente visível:ela se espalha pelo ambiente, como as ondas no oceano. Faz calor e venta pouco.

clash

texto idealizado sábado, ontem.

Viver é bom!
Nas curvas da estrada
Um caminhão corria
E as suas rodas imensas
Aproximavam-se
De minhas pequenas rodas.
E de tão perto que chegara
O caminhão de rodas grandes,
Deixou as minhas rodas paradas,
Sem forças para continuar...

Adeus pára-choque!


Godotuel

Waiting for Godot.
Texto pensado na última sexta-feira.

É a sensação de caminharmos o dia todo, sem paisagens, para lugar algum.

czwartek, października 18, 2007

O louco

- Pierrot!
- Je m'appelle Ferdinand.


Um velho cinema, a poltrona da frente... Sem ninguém para atrapalhar a visão: eu e a tela, a tela e eu, como íntimos amigos... Irmãos. Segredos e histórias, sonhos... Tensões. Um verdadeiro cinema, daqueles que só se vê em filmes.



The night was heavy and the air was alive....


Era uma dessas noites muito claras; a luz branca escorria do céu, até ferir o chão, e luzes amarelas tentavam flutuar pelo ar. Fazia frio, tudo estava calmo. Ela andava como uma atriz francesa, vestindo seu belo casaco, com as mãos nos bolsos para aquecer; dava passos rápidos. Ia pela grama, calçada, e, finalmente, chegara à rua. Olhou para o céu: não havia lua, tudo era cinza, nublado. Alguém tocava trompete no quarto de luz acesa que aparecia nalguma janelinha de um alto apartamento. Belo Som! Um blues! E o barulho do vento, das árvores, a garoa que caía lentamente... Ela agora dirigia seu carro, observando o reflexo das luzes amarelas nas gotinhas redondas que ficavam no vidro. Mas não é romântico falar de carro, assim como não vale à pena citar as gotinhas agora. Belo seria pensarmos em grilos e estrelas e na eternidade. Os carros são muito modernos, e enferrujam. As gotas não caem mais, evaporaram-se. Ela corre na rua. O cheiro de grama molhada aquece-a; a dama-da-noite, velho perfume da infância, está hoje alegre. Um cachorro late, e nada mais. A rua deserta, como se a vida fosse um ciclo. Como se os problemas, de tão passageiros, não existissem. Como se tivéssemos nos esquecido do trajeto, lembrando-nos apenas de aromas e sensações antigas, retornando ao ponto de onde viemos. E o útero de nossas mães volta a nos envolver, com o som dos grilos, o brilho das estrelas, o calor da eternidade.



Elle est retrouvée!
Quoi? L' éternité.
C'est la mer mêlée
Au soleil


Qualquer filme que consegue terminar com uma estrofe de Rimbaud é, no mínimo, maravilhoso.

poniedziałek, października 15, 2007

both

Hoje eu tive uma experiência um tanto quanto interessante... Aconteceu-me de imaginar duas pessoas diferentes, e que eram na verdade a mesma. Explico. Há algumas semanas atrás, conheci uma moça amiga de amigos meus. Pessoa simpática, tranqüila... Alguém que parece fácil de se relacionar.
Nesta mesma época, fui a uma banca de TCC onde estavam julgando os roteiros a serem filmados. Alguns me impressionaram bastante. Um deles, adaptação de um conto, pareceu muito interessante, até porque eu já tinha pensado em adaptar algo, e não sabia como era... Nunca tinha tido contato com ninguém que o tivesse feito seriamente.
A jovem roteirista falou com bastante firmeza a respeito de seu projeto, colocando-se de maneira um tanto quanto inusitada para a banca de professores. Lembro-me de uma passagem engraçadíssima de sua apresentação, que se sucedeu logo no início. Ela disse assim:
- Antes que vocês me perguntem, eu já consegui a devida autorização para filmar este conto. – E abriu o documento no computador que estava conectado ao datashow, sendo então projetado bem grande numa tela, onde todos podíamos ler.
Depois da apresentação, nunca mais vi a menina...
Enquanto isso, me aproximei um pouco mais da moça que havia conhecido através dos amigos. Hoje à tarde estávamos conversando em uma rodinha, quando a menina diz que seu roteiro mudou completamente. Ao perguntar que roteiro era, levei obviamente um susto: era ela a mesma menina que apresentara o projeto de adaptação de conto semanas antes! E eu não havia reconhecido!
E, de repente, tudo se elucidou: as duas moças eram na verdade uma só.

niedziela, października 14, 2007

momento truffaut

Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard
Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard
Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard
Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard
Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard
Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard

Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon

Fabienne Tabard Fabienne Tabard Fabienne Tabard

Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon
Christine Darbon Christine Darbon Christine Darbon

Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel
Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel Antoine Doinel

o cheiro do frio

Chove. Faz frio. O vento é gelado e úmido. A paisagem romântica complementa-se com o cheiro de lareira misturado com pássaros voando e cantando, e o latido de um cão. Amoras azedas caem do pé. Eu gostaria de estar lá fora, na rua, a fazer parte do ambiente, da cena, do mundo, mas paredes e janelas me prendem neste carro, quarto, nesta casa vazia e escura, quente.

sinápse

Tantos textos surgem em pensamentos, como palavras imateriais não-escritas de verdade. A caneta parou de funcionar.

***

O eco. Um cachorro late, árvores agitam-se, folhas raspam no chão e crianças riem. Tudo ecoa nas ruas e vielas de meus pensamentos.

a tarde

Adiante uma hora o seu relógio e descobrirá que acordou às 14h hoje. Ouça Cazuza e entenderá melhor este post.


Cazuza estava tocando no rádio. Um acorde forte, a bateria pesada, ritmos rápidos. As músicas são tão belas e combinam tanto com o que vivemos... Mas eu não faço showzinhos e não tenho cartão de crédito.

***

O velho apartamento cheirava agora a quarto de hotel, quando a viagem é longa e agradável: o banheiro era como quando chegamos, com as expectativas do que encontraremos, e a sala era como quando partimos, sabendo que nada mais ficará além de boas lembranças e fotos bonitas, e que os próximos hóspedes continuarão a nossa história do ponto de onde deixamos.

retina

A luz crepuscular refletia em meus olhos apenas o contorno das coisas. Alguém me falava algo, e era tão nítido quanto estradas rurais a noite, quando dirigimos sem farol. Belos contornos! Esbranquiçados pela lua, cujos raios entravam por alguma fresta de janelas escondidas nalgum outro canto, longe do meu quarto.

***

Maldita seja a minha câmera! Quando será que conseguirei apreender o roxo céu da manhã e o azul acinzentado do início da noite?

frags. 3

A comédia de Godard não poderia ser mais bela que os beijos roubados por Doinel duma Cristina. Por que o glamour fugiu-nos? Certamente que não foi a culpa de jovens burgueses maconheiros (vulgo playboyzinhos maconheiros de merda).

***

Lutamos por causa do Amor e nos acovardamos por culpa do desprazer de lutar.

***

Viver na lacuna é correr para lugar nenhum. É melhor saber que não chegaremos a nada do que duvidar da existência do fim.

***

O frio tem um cheiro denso e entorpece, e o calor se demonstra através do barulho de sapatos sobre um tablado de madeira.

pés

Nada mais macio que os passos de um gato sobre grossos tapetes!

sábado 13

escrito em 13/10/2007 por La Maie

Com o tempo a gente esquece e relembra aquilo que mais marcante foi na juventude. Pecado pode ser não sentir mais o que todos os dias estava presente em nosso corpo. Hoje foi, para mim, uma dessas vezes em que revivemos aquilo que estava à flor da pele durante muitos dos meus anos de juventude. Ainda sou jovem, e fico feliz que a minha infância foi resguardada deste sentimento físico. Hoje acordei com aquilo que me acompanhava nas manhãs colegiais: a vontade de vomitar. E a idéia de me reacostumar com a dor ansiosa que sai da boca do estômago e corre direto ao esôfago voltou à minha cabeça, como se o corpo quisesse mesmo é expelir emoções e pensamentos.

piątek, października 12, 2007

1.2

parabéns! parabéns! hoje é o seu dia, que dia mais feliz!

12 de outubro. o meu, o seu, o NOSSO dia!! :)
felicidades para todos nós! e um bom dia das crianças a todos!



+ Paulo Autran.
++ Ontem: Renato Russo

fragmentos

Dois fragmentos de um texto acabado:

"Hoje eu percebi como é difícil se desfazer de coisas velhas. O valor emocional que elas carregam, momentos que nos fazem lembrar... Ah! Quão felizes éramos um dia! E que risadas doces demos por sobre essas coisas! Dá até para ver a marquinha feita pelo ácido de lágrimas salgadas..."

"O cheiro antigo do perfume.
As saudades não bastam sobre estas coisas todas. É necessário ainda muito limpar, o armário já está quase vazio."

error

Eu não sei se já falei aqui, mas em todo caso, é bom lembrar-vos:
erros de ortografia, gramática, muitas vezes são propositais. Nem sempre a gente fala como escreve, ou escreve como fala. Mas às vezes, sim.

fogo !

a seca secou o suor que escorria.

muros, estradas, casas, condomínios.

faz bem desmatar !

...

Porque tudo o que eu tenho cabe em dois porta-malas pequenos.

poniedziałek, października 08, 2007

"Neste país é proibido sonhar"

Andar de cima:

Vrrrrrruuuuuuuuuuóóóóóóóeeemmmmmmm.....
Tum toc tum. TUM. Toc tum toc.

Andar de baixo:

- Atenção! O teto vai cair!
- E se cai o teto, foi o chão que desabou!
- Ah! Mas isso já aconteceu faz tempo!
- Como assim?!
- É assim: nós só temos teto, porque o chão foi-se embora. O piso está em cima. Apoiamos-nos com a cabeça no duro desse gesso.
- Vocês então voam?
- Flutuaríamos... Mas graças a Deus temos o teto, que aperta e comprime nossas cabeças, e não nos deixa chegar aos céus.

malditas sejam as núvens, carregadas de sonhos úmidos, impaupáveis, inapreensíveis.

***

Eu improviso



Em casa: pessoas reformam o apartamento de cima.
Janela aberta: buzinas, motores, a obra do metrô. Oficinas, marcenarias, mecânico.
Um prédio está sendo construído.
A rua: as mesmas pessoas. - Olá! - Você por aqui?! ... Carros todos estranhos, de passagem.
No trabalho: um estúdio. Paredes sendo montadas, tábuas de madeira marteladas, o cheiro de tinta.
A vida de quem faz teatro e não atua. A cidade de quem desconhece o habitual e só enxerga o teatro da vida dos outros.
O mundo é cenário; atitudes interpretação; pensamentos são ensaios; sentimentos o improviso.

***

Eu vou ali um pouco brincar com meus amigos, cantar alguma coisa, encher a cara e... Talvez depois... Só depois eu te tiro pra dançar... (Se você quiser, é claro!)

***

É sempre do avesso que se fazem as frases, as cenas, os sentimentos e as relações. Como se estivessem ali para nos lembrar: não, o tempo não é linear e a vida quer fugir da rotina.
Enquanto isso, a retina esconde os atos impensados e os impulsos calculáveis.

***

Mas que velocidade toda é essa?! É São Paulo, que se esconde por trás de barulhos, e cheiros, fumaças, multidões.

***


A prosa é o caminho do equilíbrio buscado por poetas desamorosos. Os prosadores são pedras. Os poetas o vento.
A água evapora no ar, o fogo derrete o sólido.

***


As idéias existem e se perdem e somem quando a alma materializa-se por sob a ponta de uma caneta: palavras não são mentiras; a realização de idéias sim.

***


O concreto e o piche e o cal podem ser resumidos no latido seco do cão raivoso. Ele agora chora, com a voz rouca de tanto fumar poluição.

cont.

Maldito pedaço de você que em mim fincou, ferindo-me lenta e cruelmente. E agora sangro no entorno deste pedaço, e você nem viu... Não está mais aqui. Foi procurar-se sozinho, tentar juntar os próprios pedaços perdidos no deserto, resultantes da explosão de si mesmo no momento errado: quando eu estava ali por você.
Agora estou machucada, talvez letalmente, com um pedaço de você cravado em mim, e não posso recolher as outras partes suas no deserto da alma de todo mundo.

***

O vazio torna-se verdade quando se olha para o horizonte e o que se vê é a fumaça cinza misturada com o opaco azul do céu marrom.

***

O nascer do sol não é vermelho, mas roxo. Roxo como os teus olhos quando sorriste pela primeira vez.

***

Foi quando comecei a escrever que alguém me interrompeu para dizer:
- É hora do almoço! A comida ta na mesa!
E então me lembrei que ainda estamos vivos, e a lembrança transformou-se em pensamento, e coloquei-me a escrever novamente, do ponto de onde tinha parado: a vaga lembrança de ainda viver.

***

Escrevi seu nome, como Drummond melancólico, com o arroz e o feijão... Com o macarrão da sopa de letrinhas. Faltou-me infelizmente uma letra (algo comum de ocorrer a jovens poetas): a letra E que utilizei para iniciar a frase.

***

Romântica, não hesita em olhar o céu vagamente azul e nublado, e pensar mais uma vez: Klopstock!

***

O Amor só existe para aqueles que nunca o sentiram.

***

Esqueci-me do que ia dizer. Menti no que escrevi. Escrevi o que acabei de esquecer.

***

Ontem escrevi uma poesia tão triste que, ao invés de afago da alma, tornou-se um veneno para corações sensíveis, e cujo efeito é tão tentador que se faz rapidamente, antes mesmo de nele repararmos: ele enrijece quem quer que leia o poema, tornando qualquer um entorpecido e lascivo.

***

Vivemos ainda!

poniedziałek, września 10, 2007

criatividade

Era uma vez, há muitas e muitas cores daqui, um morro cujo cume era tão branco e tão belo, coberto com neve e raios de sol, que mais se assemelhava a uma pintura do que a uma montanha real. Era feito de um tipo de pedra especial, muito acinzentada, e que brilhava como espelhos quando refletida na quente água de dias de primavera. A Natureza ali vivia intensamente, acordando todos os dias e noites para as estrelas e para o Sol (um deus cujo corpo não pode ser visto, senão por uma águia, e cujo sopro pode ser sentido em qualquer lugar deste mundo gigante).

Neste dia, o vento soprava de cima da montanha, trazendo para os outros seres vivos - e para os não tão vivos assim também - um cheiro de creme, que, ao tocar em nossos pelos com o seu frio e seco pensamento, fazia-nos sentir aquele doce sabor da neve que nunca se acabava em seu pico. Uma pequena borboleta saía de seu esconderijo dentro da imensa caverna gelada do morro, e batia as suas asas coloridas que brilhavam junto com a montanha e os raios de nosso deus Sol.

O movimento feito pela borboleta ao agitar suas asinhas podia ser tão facilmente capturado por nossos quatro principais sentidos que pareceria muito belo tampar os olhos, fechar a boca e o nariz, e sentir o seu barulhinho correndo pelos ventos gelados. Ela seguia voando em tranqüilidade por entre árvores, pequenos arbustos e campos gramados, e foi só quando viu abaixo de si as águas de um pálido lago que se contentou e começou a voar mais devagar. Era suave o modo como se movia, querendo provavelmente saciar a sua sede (se em cores próximas da nossa as borboletas não bebem água, nesta elas bebiam...), por sobre o lago que refletia o cume do grande morro.

Por um instante poderíamos crer que a borboleta estava se mirando na transparência das águas do lago. De repente, como que de surpresa, um peixe saltou muito alto e comeu a pobre borboleta. Ela, no entanto, não se chateou com a atitude aparentemente traiçoeira do peixe. Muito pelo contrário, estava tranqüila como todos os habitantes daquela harmoniosa Natureza, regida pelo grande Sol, por ter seu destino se cumprido de maneira suave e calma... Podendo, assim, ter aproveitado os deliciosos aromas de sua vida, e a calorosa compaixão de seu Astro (o Sol) por todos aqueles para quem seus raios brilhavam todos os dias.

desencargo de consciência

DO PORQUÊ DE NÃO TER MONTADO UMA BANDA DE ROCK



A nossa geração foi incapaz de produzir rock’n’roll. Nascemos no abismo de um muro quebrado, no vão entre duas realidades opostas. O nosso amadurecimento se deu quando prédios e aviões foram sugados pelo chão, levando consigo o último lapso de esperança que brilhava nos olhos de nossos pais. Estes, por sua vez, ao invés de nos mostrar o caminho de volta do labirinto, só reclamavam da nossa passividade. Gerações anteriores, que haviam visto revoltas e guerras e revoluções (e até um mundo melhor), agora nos desprezavam, achando que nossos olhos estavam fechados. E talvez estivessem realmente... Éramos surdos, ouvíamos bate-estaca (músicas geradas por computadores), buzinas, lixo... O mundo era um aterro a céu aberto.

As nossas drogas - ecstasy, videogame, internet - não nos permitiam produzir; impeliam-nos a uma ação artificial, a uma comunicação virtual (em todos os sentidos); simulavam um movimento que ia se tornando aleatório e anárquico. Palavras expressas em vão. A cultura em massa vulgar e crianças sem sonhos. Toda uma geração vazia - os anos 90. Não pertencíamos a ela. Quem somos nós? ‘A vida é assim mesmo’...

Como poderíamos produzir rock’n’roll se os nossos olhos estavam assim fechados e os ouvidos atormentados? O movimento nos chamava e nos escondíamos atrás dele. Passivos. Corríamos para ele. Apáticos. As máquinas nos desiludiam, porém já não era possível viver sem elas. ‘A verdade é cruel’.

A nossa geração não pôde produzir rock’n’roll, nem política; nada. Era o que diziam os velhos, orgulhosos de seus tempos nostálgicos. E, enquanto isso, essas malditas handycams baixavam de preço e se facilitavam. O DVD barateou a exibição cinematográfica. ‘Ver o filme que quiser em casa!’. Se éramos ainda muito pequenos para refletir sobre os 50 anos do rock sendo comemorados, ouvindo Xuxa e Backstreet Boys, já nos encantávamos com o mundo do cinema Disney. 100 anos de cinematógrafo e... Talvez fosse essa a saída. A nossa geração foi incapaz de produzir rock’n’roll, mas esteve no centro do boom do cinema universal.

czwartek, sierpnia 16, 2007

brainstorm

Em quase quinze minutos, duas idéias ótimas. Elas se foram, no entanto, da mesma forma como chegaram: são a água do chuveiro retida em nossas mãos.
Alguns resquícios:

1.

Eu vou exalar os perfumes de minha música,
Eu vou mastigar os seus cheiros e essências,
Eu vou ouvir os vossos gostos,
Eu vou tatear e apreender tuas palavras,
E eu vou enxergar a nossa temperatura.

O teu áspero olfato,
A minha curta doçura,
O nosso louco mundo.


2.

Aos dez-e-oito anos já era grande e bela e perfumada. Tinha gordurinhas escondidas no azul e roxo de sua alma. Eram feitas de abóboras de Halloween e papeis de cera quente. Fora isso, podia salgado o que quisesse, ouvia o doce dos gestos e o amargo das pequenas ações. - Talvez ‘cções’. - Mas eram mudas todas as suas músicas, e desafinava a samba-canção dos namorados. Os seus samba canções, por sua vez, desfiavam como linho, ou se desamaciavam como a seda antiga. Mas era velha, e já parecia ser muito mais importante que o alto pai-criança ou a gordinha mãe-abelha: aos dez-e-oito anos, começou a trabalhar. Seu empregador era o Governo. Nem ainda sabia engolir direito e ocuparia cargo de....... mesária nas eleições!

środa, lipca 11, 2007

Pickpocket (Bresson)

Review sobre o filme Pickpocket, do diretor Robert Bresson, escrita para a aula de inglês.


Pickpocket

The place is a jockey club full of wealthy people watching a horse race; the camera closes up in a thin ill-looking man who is about to quietly steal money from a lady’s purse. That’s how the film Pickpocket, by Robert Bresson, begins: with a tension felt by the main character, who shares his most subtle emotions with the spectator from the beginning until the end of the movie (what makes it even more unique).

Far away from the wafer-thin plot films, Pickpocket is filled with strong scenes, which show us the depth of human relations and how can people deal with their own life problems. With an existentialist plot and a unique way of filming, Robert Bresson takes the spectator through a strange story, full of new situations and the redemption of almost all those involved in it. On the other hand, however, he shows us that nothing is what it looks like and that people always have something to hide from society.

Everything could be said about Pickpocket, except that it is a far-fetched movie. Although its story seems to be similar to others, there is no place for corny scenes or mediocre characters in the film. And it is not pretentious at all - it is filmed in an atmospheric way, with the interpretation of an excellent non-professional actor, who could convince us that the character is he himself, making us almost believe that the whole movie is a documentary, and not a fiction.

Considered one of the best films ever shot, Pickpocket is really unforgettable. It makes us think about life and society, while gripping our attention to details we don’t usually think of. It is not by chance that Robert Bresson has influenced many good younger directors, such as Jean-Luc Godard or François Truffaut, and that his best movie, Pickpocket, still touches us in a deep way.

(words: 312)

piątek, czerwca 29, 2007

Compaixão

Acho que vocês já perceberam que não tenho escrito nada novo, e somente postado textos de outras pessoas. É a falta de tempo.

Recebi um e-mail hoje muito bom, com um texto do Rubem Alves. Procurei ele aqui na internet, pra colocar o site onde foi publicado este texto, mas não encontrei. Me perdoe, Rubem Alves, por não linkar o seu texto! Muito anti-eticamente, vou então colá-lo aqui.
É um texto curto, fácil e gostoso de se ler, e que deve ser pensando... Isso eu deixo como tarefa para vocês!


"Meu coração fica junto ao coração dela..."
(Rubens Alves)

"A boca fala do que está cheio o coração": esse é um ditado da sabedoria judaica, que se encontra nas Escrituras Sagradas. Bem que poderia ser a explicação sumária daquilo que a psicanálise tenta fazer: ouvir o que a boca fala para se chegar ao que o coração sente. Acontece comigo. Cada texto é uma revelação do coração de quem escreve.

Pois o meu coração ficou cheio com uma coisa que me disse minha neta Camila, de onze anos. O que ela falou fez meu coração doer. Como resultado fico pensando e falando sempre a mesma coisa.

A Camila estava na sala da televisão sozinha, chorando. Fui conversar com ela para saber o que estava acontecendo. E foi isso que ela me disse: "Vovô, quando eu vejo uma pessoa sofrendo eu sofro também. O meu coração fica junto ao coração dela..."

Percebi que o coração da Camila conhecia aquilo que se chama "compaixão". Compaixão, no seu sentido etimológico, quer dizer "sofrer com". Não estou sofrendo. Mas vejo uma pessoa sofrer. Aí eu sofro com ela. Ponho o outro dentro de mim. Esse é o sentido do amor: ter o outro dentro da gente. O apóstolo Paulo escreveu que posso dar tudo o que tenho aos pobres, mas se me faltar o amor, nada serei. Porque posso dar com as mãos sem que o coração esteja a sentir. A compaixão é uma maneira de sentir. E dela que brota a ética. Alguém foi se aconselhar com Santo Agostinho sobre o que fazer numa determinada situação. Ele respondeu curto e definitivo: "Ama e faze o que quiseres." Pois não é óbvio? Se tenho compaixão nada de mal poderei fazer a quem quer que seja.

Fernando Pessoa escreveu um curto poema em que descreve a sua compaixão. Por favor, leia devagar: "Aquele arbusto fenece, e vai com ele parte da minha vida. Em tudo quanto olhei fiquei em parte. Com tudo quanto vi, se passa, passo. Nem distingue a memória do que vi do que fui". Compaixão por um arbusto... Ele explica esse mistério da alma humana dizendo que "em tudo quando olhei fiquei em parte. Com tudo quanto vi, se passa passo..." Os olhos, movidos pela compaixão, o faziam participante da sorte do pequeno arbusto...

Eu já sabia disso. Mas nunca havia enchido o meu coração ao ponto de doer. Doeu porque liguei a fala da Camila a essa tristeza que está acontecendo no Brasil.

Os corruptos são homens que passaram pelas escolas, são portadores de muitos saberes. Tendo tantos saberes, o que lhes falta? Falta-lhes compaixão.

A falta de compaixão é uma perturbação do olhar. Olhamos, vemos, mas a coisa que vemos fica fora de nós. Vejo os velhos e posso até mesmo escrever uma tese sobre eles, se eu for um professor universitário. Mas a tristeza do velho é só dele, não entra dentro de mim. Durmo bem. Nossas florestas vão aos poucos se transformando em desertos mas isso não me faz sofrer. Não as sinto como uma ferida na minha carne. Vejo as crianças mendigando nos semáforos mas não me sinto uma criança mendigando num semáforo. Vejo os meus alunos nas salas de aulas, mas meu dever de professor é dar o programa e não sentir o que os meus alunos estão sentindo.

De que vale o conhecimento sem compaixão? Todas as atrocidades que caracterizam os nossos tempos foram feitas com a cumplicidade do conhecimento científico. Parece que a inteligência dos maus é mais poderosa que a inteligência dos bons.

Sabemos como ensinar saberes. Há muita ciência escrita sobre isso. Mas não me lembro de nenhum texto pedagógico que se proponha a ensinar a compaixão. Talvez o livrinho de Janucz Korczak Como amar uma criança . Mas Korczak é uma exceção. Ele sabia que para se ensinar algo a uma criança é preciso amá-la primeiro. Korczak era um romântico... Por isso o amo...

Aí fiz a mim mesmo uma pergunta pedagógica: "Como ensinar a compaixão? Conversando sobre isso com minha filha Raquel, arquiteta, ela se lembrou de um incidente dos seus primeiros anos de escola, quando menina de sete anos. Seria o aniversário da faxineira, uma mulher que todos amavam. A classe se reuniu para escolher o seu presente. Ganhou por unanimidade que, no dia do seu aniversário, as crianças fariam o seu trabalho de faxina. Disse-me a Raquel que a faxineira chorou...

Sei que as crianças aprendem com o olhar, o olhar das professoras. Elas sabem quando as professoras as olham com os mesmos olhos com que Fernando Pessoa olhava o arbusto. Sei também que as estórias provocam compaixão, quando o leitor se identifica com um personagem. Sei de um menininho que se pôs a chorar ao final da estória O patinho que não aprendeu a voar. Ele teve compaixão do patinho. Identificou-se com ele. Vai carregar o patinho dentro de si embora o patinho não exista. Lemos estórias para as crianças e para nós mesmos não só para ensinar a língua mas para ensinar a compaixão.

Mas continuo perdido. Preciso que vocês me ajudem. Como se pode ensinar a compaixão?

środa, czerwca 13, 2007

Breton

Por uma Arte Revolucionaria Independente

ANDRÉ BRETON E LEON TROTSKI

Alguns pontos interessantes do encontro entre estes dois líderes (extraído do site http://www.culturabrasil.org/poruma.htm ) :


  • Uma aliança em prol da civilização, da vida, do ser humano em sua plenitude de manifestações.
  • Nenhuma barreira, nenhum tipo de controle, nenhum limite aos sonhos, à cultura ou à arte, que todos nascem no mesmo lugar.
  • Um libelo pela mais plena e absoluta liberdade de expressão, sem qualquer tipo de amarras.
  • A arte jamais deve ser reduzida a serviçal do capital.
  • Se destruir uma obra de arte é considerado por todas as pessoas sensíveis um gesto hediondo, como classificar o gesto de impedi-la de sequer existir

"O que queremos:

a independência da arte - para a revolução
a revolução - para a liberação definitiva da arte."

wtorek, czerwca 05, 2007

Manifesto Romanz

MANIFESTO ROMANZ

PELA VOLTA À HUMANIDADE

  1. CONTRA O SER HUMANO-MÁQUINA CONTRA HOMENS-MENINOS, PELA CRIANÇA QUE HÁ DENTRO DE TODOS OS HOMENS
  2. CONTRA NAMOROS CLICHÉS
  3. CONTRA RELACIONAMENTOS PASTICHES
  4. CONTRA A CARÊNCIA QUE DESTRÓI ALMAS HUMANAS
  5. CONTRA AS PAIXÕES MIMETIZADAS E HUMANAMENTE CRIADAS
  6. CONTRA AS AMIZADES DECADENTES
  7. CONTRA A LUTA ENTRE CLASSES
  8. CONTRA MANIFESTAÇÕES PEQUENO-BURGUESAS
  9. CONTRA A REVOLUÇÃO PROLETARIADA
  10. CONTRA O MULTICULTURALISMO
  11. CONTRA O PRINCIPIO MASSIFICADOR DA IGUALDADE
  12. CONTRA O IMPERIALISMO PÓS-MODERNO
  13. CONTRA O CONSUMO DE ALMAS
  14. CONTRA O CONSUMISMO TERAPEUTICO

czwartek, maja 24, 2007

Análise pertinente

Texto extraído do livro Le Cinéma et moi, por Krzysztof Kieslowsky

"Le cinéma des grandes individualités semble bel et bien terminé.
(...)La plupart des grands réalisateurs sont en effet morts ou ne font plus de films. En route, ils ont perdu un élément essentiel, sans espoir de le retrouver un jour: leur imagination, leur façon de penser ou de raconter des histoires."

środa, maja 02, 2007

O! No more! Never more!

Ontem, Nana, Laura, eu e mais alguém assistimos ao Velvet Goldmine, filme que o Pedro adora e me deu de aniversário. Não gostei da imagem que eles fizeram do David Bowie, mas o filme é bom... É bacana.

Como vocês perceberam: não vou comentar a respeito do filme.
Decidi passar por aqui apenas para deixar a poesia recitada por alguma criança no meio do Velvet.

ANTIGONISH

de Hughes Mearns (1875-1965)

As I was walking down the stair

I met a man who wasn't there
He wasn't there again today
Oh I wish he'd go away!

só por ela já vale a pena assistir ao Velvet Goldmine.

środa, kwietnia 18, 2007

Urodziny

dzisiaj, środa, kwiecień 18,

velha, cansada e cheia de responsabilidades, de luto assistindo ao enterro das últimas faíscas de minha infância. se "ninguém assistiu ao formidável enterro de tua última quimera" *, ninguém também vai lamentar o fato de ontem ter sido o último dia da imaturidade sem-desculpas.
e que venha um novo javali, e novos galos para lhe apresentar, e novas cobras para lhe defender **. o mundo é grande e bonito, e eu sou jovem ainda. e cada dia desta nova fase da vida ilumina uma vontade cada vez maior de conhece-la.

parabéns pra mim! eu mereço!


***


* Versos Íntimos (Augusto dos Anjos)
** Javali, galo e cobras: inspirado em aspectos do budismo


***


NUNCA LEVE NADA A SÉRIO.

poniedziałek, kwietnia 16, 2007

A data mais especial esse ano será:
środa, kwiecień 18.

:)

wtorek, kwietnia 03, 2007

prosa poética

Cinema (o filme)

A câmera são uns olhos de um corpo que não respira; é uma memória sem saudades; o olhar sem preconceitos.
A câmera é o mecanismo cruel do que é belo; a verdade mentirosa; a representação da vida talhada, entalhada, lapidada, criada; a natureza do artificial.
A câmera não olha, ela enxerga; não assusta, assombra; não faz doer, machuca; não debate, impõe; não ama, transmite sentimentos.
A câmera é dura, é fria, é amarga.
Mas o personagem é a alma da câmera; e o telespectador é o seu espírito; e o filme é a sua vida; e o diretor é o seu deus.

dois Vinicius

Uma letra e um trecho.
Só pra mostrar o quão genial era esse homem, que de poeta virou diplomata, de diplomata virou músico e que, como músico, voltou a ser poeta.
soneto trecho de Apelo
(Vinicius de Moraes e Baden Powell)
De repente do riso fez-se o pranto,
silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espaumadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento,
Que dos olhos desfez a última chama,
E da paixão fez-se o presentimento,
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente não mais que de repente,
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo, o distante,
Fez-se da vida uma aventura errante,
De repente não mais que de repente.
Tarde em Itapoã
(Vinicius de Moraes e Toquinho)
Um velho calção de banho
O dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar
Depois na praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de coco
É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã
Enquanto o mar inaugura
Um verde novinho em folha
Argumentar com doçura
Com uma cachaça de rolha
E com o olhar esquecido
No encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo
A terra toda a rodar
É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã
Depois sentir o arrepio
Do vento que a noite traz
E o diz-que-diz-que macio
Que brota dos coqueirais
E nos espaços serenos
Sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos
Da lua de Itapuã
É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã

niedziela, kwietnia 01, 2007

Poesia Romântica

Ilusões de Vida
(Francisco Otaviano )
Quem passou pela vida em branca nuvem
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem - não foi homem,
Só passou pela vida - não viveu.
Esse foi o primeiro poema romântico que aprendemos em aula, no segundo colegial, quando o professor começou a explicar Romantismo.

piątek, marca 30, 2007

It's all true


Oh boy, is it all true!

Simplesmente porque o Kieslowski é o rei dos cinemas, porque tudo o que ele fez pode servir como referência para qualquer ato, porque ele é um artista.
Eu nunca tinha pensado que documentários pudessem retratar características tão sólidas, porém tão abstratas da existência humana. E talvez eles não possam. Kislowski pode.

Um gênio?
Um poeta?
Um artista?
Um homem!

E viva Kieslowski, viva seus filmes!


***

Para mais informações, é só acessar o link abaixo

http://www.bdetudoverdade.com.br/2007/mostras/kieslowski1.asp?lng=

***

Outro filme que vale a pena conferir é Santiago, do João Salles.


***


Não sei se vocês perceberam, mas o idioma do blog é em Polonês. Adivinhem o motivo!



POST ALTERADO

czwartek, marca 29, 2007

texto abaixo

Sobre o texto abaixo, nada muito a comentar.
Eu estava ouvindo Chopin enquanto escrevia, como vocês podem perceber.
Aceitei algumas sugestões do Ricardo (êêê! :] rsrs)... uhn... Mas foram só algumas palavrinhas :P
Ah! Ele foi feito a partir da idéia que eu tinha de um Curta, com Chopin de trilha, então imaginem uma cena como um Kieslowski, tá?

(Na verdade, eu escrevi só pra não esquecer a idéia. hehehe)

Noturno

A tarde já caíra havia algum tempo. A lua banhava a cidade com seus plácidos raios, como um oceano em noites calmas. Agora ninguém andava nas calçadas: estavam todos recolhidos em suas casas, após o dia agitado que passara. As luzes da cidade começavam a se acender, uma por uma, com as suas lâmpadas amarelinhas, contrastando com o pálido luar que iluminava o céu, as nuvens, as pontas dos altos edifícios. Ao longe, um piano tocava notas calmas, suaves e belas. Era Chopin. Alguém passava em frente à casinha de uma senhora já um tanto quanto velhinha, que lia o romance infantil de Sir James Barrie. Suas expressões e seu olhar alteravam de acordo com cada página, parágrafo, linha, palavra; e, de repente, lágrimas começaram a palpitar sob sua íris iluminada: eram as lembranças da infância que ela por muito tempo guardara escondidas dentro daquele livro maravilhoso. Eram os desejos de voltar à Terra do Nunca, só mais uma vez... Sonhos de meninice que agora retornavam à memória, aos olhos, ao coração.

A grande porta de madeira que permanecera o dia todo fechada, melancólica, ouvia ruídos dentro da casa que protegia. Um rostinho pequeno e muito branco pintou suas cores na janelinha que ficava no meio da porta. Um olhar assustado, estampado naqueles olhos escuros, prestava atenção na rua. Se não fosse ainda muito pequeno, dir-se-ia que era poeta. O garoto contemplou a paisagem de seus finais de tarde, puxou com muita força a pesada porta e, com um gesto rápido, saiu de casa, trazendo a porta para si, a fim de fechá-la. Com o pacotinho debaixo do braço direito, acariciou o gato da senhorinha que ainda se deleitava esperando por Peter Pan. - Se não virasse poeta ao crescer, é porque iria permanecer com cinco anos para sempre. - E seguia seu caminho com o pacotinho apertado ao corpo, após ter deixado o animalzinho para trás.

Foi quando, ao ouvir o som do piano, que ainda vibrava o suave Noturno primeiro de Chopin, mudou o seu rumo, escorregando por ruelas sombrias e estreitas, cujo contraste entre o amarelinho dos postinhos das ruas e o pálido brilho do luar parecia não penetrar. Parou em frente a um edifício frio e escuro de pedra, sentou-se no degrau que havia para separar a porta (também muito grande e ameaçadora) da calçada por onde viera, se apoiou na parede a seu lado esquerdo e ficou a ouvir a música que dali saía, inundando o ar, misturando-se com o sopro do vento e beijando os poucos raios da lua que ali chegavam. O garoto fechou os olhos, com o pacotinho apoiado agora sobre suas pernas. Tirou a boininha que lhe protegia a cabeça do frio e ficou a pensar. Sentiu a música, que conhecia como velha amiga. Ele entendia Chopin e era como se o mesmo acontecesse de maneira oposta. Se não continuasse para sempre criança, seria pianista.

Ali o garoto aguardou por cerca de mais dois atos, alguns erros e acertos e notas de improviso. A música então cessou. Ouviu-se em seu lugar passos de pessoas, muito calmos, uma voz terna masculina, e outra voz, muito falha e idosa respondendo-lhe. A porta se abriu e, onde ela antes se postava, o dono da primeira voz apareceu. O menino olhou para cima, se adiantando para levantar. O moço olhou para baixo e sorriu. Talvez fosse ele próprio Chopin; talvez seu olhar sincero traduzia-se na música que ainda há pouco tocava em seu piano; e, talvez, o sorriso não escondesse a alegria de ver o menino que antes o escutava e compreendia-o apaixonadamente, sentado a sua porta, sentindo os seus desejos, amores e sofrimentos.

Com um gesto desajeitado, o garotinho estendeu o pacotinho que trazia nas mãos, colocando de volta a sua boininha e baixando humildemente os olhos, evitando o olhar daquele por quem sentia compaixão. O outro aceitou o pacotinho, e, numa atitude espontânea, abraçou o menino. Este retribuiu o abraço, enquanto o homem se ajoelhava para ficarem os dois com a mesma altura e para poder apertá-lo mais forte, transmitir mais emoção. No rosto do garoto, algumas lágrimas já escorriam, enquanto que nos olhos do moço, agora fechados, a serenidade se misturava com alegria e calma. Os dois se amavam.

wtorek, marca 06, 2007

A poesia abaixo

A respeito da poesia abaixo. Eu fiz ela baseada na frase do Bruno que vem antes (como vocês, cultos leitores de poesia, já devem ter percebido)... Na verdade, era pra ser uma música, só que como eu não tenho o meu violão aqui e não sei fazer apenas letras, sem um ritmo ou melodia definidos, então virou poesia! hehehe
Isso também deriva do fato do meu hábito de ler Drummond antes de dormir (tá tá! esse hábito vem de menos de um mês pra cá! rsrs, mal de quem está estudando pra Fuvest.)
Mas eu ainda vou fazer uma música dessa poesia, mesmo tendo que alterar um pouquinho a letra.

Espero que vocês - e o bruno em especial - gostem!

[música & poesia]

Luta
“Acorde, Levante e lute” (Bruno)



Abra os olhos, garoto,
E veja o mundo a seu redor.
A manhã é tão bonita,
O sol brilha e caminhões se movimentam:
Estão todos indo trabalhar,
Todos lindos, alinhados, cada um em seu lugar.
Os outros meninos choram,
Mas você não quer se levantar.
O que adianta viver sonhando
Quando se tem um mundo pela frente?
Acorde e busque um sentindo
Para a sua existência.
O sistema te oprime,
Mas você não deve se entregar.
O que adianta ir dormir
Com tantos planos na cabeça
Se o dia seguinte será tomado
Por preguiça e fracassos?
Abra os olhos, garoto;
Enquanto os outros meninos estão chorando,
Os caminhões continuam se movimentando
Nesta manhã tão clara e quente.
O verão está bonito,
Mas o verão vai acabar.
Levante-se garoto,
Eles precisam de você.
Há um mundo a conquistar,
Há mais de mil razões para viver.

sobota, marca 03, 2007

TERRORISMO POÉTICO

ATENÇÃO

O QUE FAZER EM CASO DE INCÊNDIO??
DEIXE QUEIMAR!

Versos Livres

As coisas acontecem sim de maneira diferente
Quando se machuca lembranças antigas,
Quando se sente que o velho mundo se foi
E faz tanto tempo, que ninguém percebeu.
E o mais duro de tudo é quando se olha pra trás
E percebe-se que tudo isso passou
Apaticamente.



Versos livres são imperceptivelmente quase inconscientes... É como se fluíssem de maneira tão harmônica pela imaginação, que, quando vemos, eles já estão no papel.

Para que sátiras? O mundo pode ser bonito se quisermos.

Vendo cadernos antigos eu descobri que estou tão diferente do que era que fica quase difícil de me reconhecer. E, ao mesmo tempo, os sonhos e sentimentos são iguais.


01/2007

Matéria favorita: História
Mundo imaginário: Quase realista, mas apático.

sobota, lutego 24, 2007

Uhm... Consegui voltar!
A ausência teve um motivo interessante: perdi a minha senha. hehehehe :)