czwartek, lutego 28, 2008

pais e filhos

"Sonhem, sonhem com ele!"
Pequeno poema sonoro:

***

tuntun - tuntun - tuntun

vvvvvvvVVVVvVvVV

tuntun-tuntun-tuntun

ZzzzzZZZZzzz

vvvvvvVvvvVvvvvVVVVVv

tuntun - tuntun - tuntun

VvVVvVvVV

zzzzzzZZZZZzzzzzzzZz

tuntun - tuntun - tuntun

E acordado na noite ainda
ouço o som das vagas nuvens
A chorar adeuses e encantos
A uma vida tão sofrida!

zzzZzZzzZZZ

tuntun - tuntun - tuntun

......írio que te há de mat...

priiiiiiiiiiiiinnnnnnnnnnnnn

?!?!

Filhoo, não dormiu hoje de novo??

Elogio ao Amor

Querendo ou não, Amor tem cheiro de flores e imagem de sangue jorrando. O som? Coração pulsante. E ventos que uivam a noite inteira. Ventos fofoqueiros! Reclamões! Amigos... Conversam, distraem-se, e espantam a tempestade que estaria para chegar.

Mas o Amor é como as fadinhas:
quando a primeira criança deu seu primeiro sorriso, milhões de fadinhas nasceram;
quando cada criança desacredita em fadinhas, uma morre.

poniedziałek, lutego 18, 2008

Poesia

Pés pretos. A pomada escorre na pia, amarga, ardida. A privada vazia; a tampa abaixada. Azia. O peso. Garganta seca. Chove. A mochila cai pesada sobre os ombros. Nas costas. Cabelo molhado. Uma Rocha. Ando sobre o asfalto, respiro o concreto. O pó; a vida. Cabeça dolorida. O frio. O vento. Gotas cortantes. A traição mascarada; surpresas escorrem, amargas, ardidas. O peso do pacote nas costas. É tudo o que tenho. Mochila caída no ombro. Nas costas. Respiro a Rocha. Chove. Cabelo molhado. Espirro; caderno fedido. Pés sujos. O peso. Palavras.

niedziela, lutego 10, 2008

papoula

"Non, ce ne fut pas pour la recherce d'une volupté coupable et paresseuse qu'il commença à user de l'opium, mais simplement pour adoucir les tortures d'estomac nées d'une habitude cruelle de la faim."

(C. Baudelaire, Un mangeur d'opium)



Se antes eu bem comia para não ter de remediar as dores de estômago, hoje tomo milhões de pílulas para comer sem ardências e refluxos.

Paisagem

Once upon a time...

Sob um céu turquesa, de nuvens e rastros aéreos em branco, tinta pastel, os edifícios, palácios, se faziam, suaves, derretidos no rio de águas verdes. O sol brilhava friorento, pássaros geométricos, escuros, deslizavam no céu. A paisagem escorria, como uma tela semi-desbotada. Tela de aquarela, que se faz e se apaga; descolore-se aos poucos sem ninguém perceber.

środa, lutego 06, 2008

brumas

L'étranger
(C. Baudelaire)


- Qui aimes-tu le mieux, homme énigmatique, dis ? Ton père, ta mère, ta soeur ou ton frère ?
- Je n’ai ni père, ni mère, ni soeur, ni frère.
- Tes amis ?
- Vous vous servez là d’une parole dont le sens m’est restée jusqu’à ce jour inconnu.
- Ta patrie ?
- J’ignore sous quelle latitude elle est située.
- La beauté ?
- Je l’aimerais volontiers, déesse et immortelle.
- L’or ?
- Je le hais comme vous haïssez Dieu.
- Eh ! qu’aimes-tu donc, extraordinaire étranger ?
- J’aime les nuages… les nuages qui passent… là-bas… là-bas… les merveilleux nuages !

wtorek, lutego 05, 2008

poema de botequim

Joe Strummer. Chapéus, cálices, cigarros. Ele sorri. Olhar terno, casaco quente, roupas escuras. Seu cabelo é já grisalho, olhos azuis. A pele é bem branca e começa a enrugar. Descrevo toda a poesia, como uma fotografia subjetiva, que apreende apenas o momento físico das sensações. Inapreensível, seu sorriso se fecha e ele pergunta. Me olha fixamente. Pago o chá, já são quase seis horas. Empurro a pesada porta de vidro e me perco na chuva. Ele continua ali, calmo, suave, impassível... Gentil, nunca mais nos vimos.