środa, listopada 28, 2007

vedere

Criar. Não, não criarei nada. Porque palavras e pensamentos se mesclam, os olhos fecham-se para a luz que tenta penetrá-los. Olhos virgens de graça e sinfonias. Olhos puros, mas sem brilho. Olhos que, por medo, não se puseram a viver. A alegria abandonou-os quando fugiram da incerteza. A falta de coragem foi-lhes o engano maior, a falta maior. E, agora, machucados, sonham. E choram. Por trás de pálpebras pesadas.

ontem

São Paulo rege cinza sobre nós sua sinfonia de uivos* e lágrimas em tom vibrante.


* Do original: ruivos

fuga

onde está o texto?? cadê meu texto?? eu deixei ele aqui, ó!!! cadê a droga do texto?! ahhhhhh!!!! eu quero meu textoooo!!! CADÊ?????????????????

wtorek, listopada 27, 2007

terça-feira ?

e o mundo nos fez crer que não poderia estar pior.

wtorek, listopada 20, 2007

toró

Finjamos que o texto a seguir foi escrito em tinta preta.



"Imagina, fazer a FUVEST com pneumonia? Aí vai o monitor lá no hospital pra você poder fazer a prova." (Bruno, de bicicleta, embaixo do temporal)

Imagina um caco de vidro entrando no pé após ser arrastado pela chuva.
Imagina alguém de sandálias do lado do cemitério da Consolação, quando a enchente já começou.
Imagina um vento muito muito forte.
E a cólica! Se imagina agora com cólica!
E tudo isso se for pra visitar amigos antigos que nem te imaginam passando por lá...


[obviamente não acaba aqui, mas há a preguiça e o sono....]

transcrição

Relíquias do início do mês:


Sempre tem alguém, no meio do caminho, para nos acordar e nos trazer de volta ao que chamam de vida. E morremos por dentro, iludimos os sentidos, desfazemos os sonhos para retornar ao estranhismo do lado de fora: a ilusão apelidada de realidade.

***

Mais um avião caiu, e o meu maior medo prevalece: um choque frontal na rodovia do amor.

***

Ainda dormem os meus sentidos: o que faço agora é automático. Se estou escrevendo, é por sonambulia. Não penso e não existo, reajo ao mundo material para que me entendam. Eu, por mim, continuaria servindo ao império de meus sonhos.

***

Tudo se resume à vontade de viver. Mas o que é vida, afinal?

***

E, de repente, eles me mostraram o caminho do mundo e o sentido da vida. Eu sei o que eu quero, mas não sei como encontrar. Tudo está do avesso.

[há um texto. mas é melhor não transcrevê-lo.]

Grãos de Outubro

Farelos varridos para baixo do tapete:

Nômade. Como os outros desertores.

***

Não sei se é o cansaço por si só, ou o gosto pelo conforto, mas o sedentarismo, a comida bem feita, a bebida fresca e boas noites de sono, faz-me bem! A vontade de ficar e relaxar aumenta, junto com as saudades de quando caminhar era só ilusão.
Velhas emoções são estimuladas novamente, e duram pouco, são como faíscas da madeira raspando na pedra.

***

O vento grita, corre, desenvolve-se e escorrega no céu. Bate na rocha, estoura em construções, leva consigo folhas, flores, poeira, animais. As árvores resistem; a grama também.
O vento hoje está irritado, revoltado, é o sopro quente que sai da boca de um dragão. O seu barulho arrepia, se corpo corta como navalha. Parece que estamos submersos num rio transbordante que se joga montanha abaixo.

***

Os sons da infância: cheiro de Amor e saudade.

poniedziałek, listopada 19, 2007

a moça

"Agora que temos nossa casa é a chave que sempre esqueço" (Legião Urbana)
"I don't care if Monday's blue, Tuesday's gray and Wednesday too..." (The Cure)






Fazia algum tempo já, e ela acostumara-se a pingar de casa em casa, quarto em quarto, salas e sofás para dormir. Vivia de favores até com seus pais, e não percebia, mas adaptara-se tão completamente a esta vida que só os laços de amizade eram eternos. O amanhã imprevisível e o que havia passado, havia passado.
As Flores do Mal como livro de cabeceira. Um comedor de ópio voraz que mudara a sua forma de pensar numa noite de crises e colapsos.
O Macário como descrições líricas de paisagens companheiras.
Os sonhos e delírios como temas favoritos para qualquer coisa que viesse na cabeça
A compaixão do polonês somada à hospitalidade do brasileiro como metas a uma nação.



E a personagem pronta, vive, boêmia e feliz, simples e profunda. Como você e eu.

impressions



O mais famoso, só pra dar um gostinho especial ao blog.
Afinal, há tempos não tínhamos imagens aqui!

zunindo ao pé do nariz

Tem uma abelhinha tentando entrar. Será que está suja de mel? Será que tem medo de chuva? Será que dança para suas amigas socorrerem-na em minha janela? Ou será que foi largada ao acaso e decidiu compartilhar a esperança aleijada com seus semelhantes - humanos céticos e perdidos na vida?

***

dormir à tarde, acordar à noite e estudar em sonhos. Porque a vida é o perfume da dama-da-noite, sublime, invisivel, suave e acolhedor.

sobota, listopada 17, 2007

carregando mensagem ...................

piątek, listopada 02, 2007

uma cena

Ruídos: passos no asfalto, a respiração de alguém ofegante, cansado, com medo. Folhas que tentam levantar vôo, árvores nervosas, uma gota, depois outra.
Aromas: o vento carrega consigo um cheiro suave de orvalho, de grama e terra, de infância. Mistura-se com isto a podridão de um braço de rio, fumaça de carros ao longe [aliás, há barulhos de carros e pessoas ao fundo da rua, no horizonte apagado].
Imagens: uma rua deserta, galhos agitados, folhas no chão, insetos no ar. A lua ilumina, mesmo que atrás de nuvens escuras. É noite. As luzes da rua não funcionam. Uma tenta ascender-se, está quase queimando. As casas iluminam a noite escura, o pouco do asfalto... Uma criança andando. Carros parados e bicicletas no chão.um pássaro dorme sobre seu ninho. Mas não dá para vê-lo na escuridão.

Venta, mas faz calor. É um bafo quente que vem do rio, ou talvez do asfalto queimado. A paisagem é estranha... É um poço que transborda de lembranças e dores e risadas.
As gotas na janela... Não dá para saber se é a chuva do lado de fora do vidro, ou lágrimas escorrendo por alguma bochecha iluminada por um olhar do lado de dentro da sala abafada.
Um telefone toca, ninguém atende. Continuam as divagações e pensamentos... O coração ainda bate com a mesma força enigmática. O celular agora toca desesperado. Sem resposta...

Era antigamente... O mesmo vento, a mesma onda de calor, os mesmos cheiros e sons e paisagens ilustravam a pérola negra dos quinze anos. Doloridos, em carne viva, passados, revoltados. Ferozes quinze anos. Caminhávamos juntos por sobre o asfalto, na melancólica sarjeta. Músicas antigas e belas, sensíveis. O Werther embaixo do braço. Correndo das gotas pesadas. O msn piscando com mensagens ansiosas.
Maldito seja o poço da infância! O mundo já passado, o vácuo do destino... A insegurança do amanhã!

Gotas

Não sair de casa com medo de se molhar.

Não, hoje não há histórias a serem contadas, paisagens condensadas em belas descrições ou sons suaves voando pelos céus.

A maioria das pessoas tem medo da vida, do mundo, dos outros. A chuva cai, tempestade e vento. Tempestade e trovões. Vai acabar a luz outra vez. Árvores balançam e poesias vão-se na enxurrada de esgotos no asfalto sujo, na dura sarjeta. E buracos fazem a água acumular-se, formando enormes poças d’água. Eu queria pular dentro de uma poça d’água para molhar quem vem na contramão desta calçada, mas não posso. A rua está deserta.