A câmera são uns olhos de um corpo que não respira; é uma memória sem saudades; o olhar sem preconceitos.
A câmera é o mecanismo cruel do que é belo; a verdade mentirosa; a representação da vida talhada, entalhada, lapidada, criada; a natureza do artificial.
A câmera não olha, ela enxerga; não assusta, assombra; não faz doer, machuca; não debate, impõe; não ama, transmite sentimentos.
A câmera é dura, é fria, é amarga.
Mas o personagem é a alma da câmera; e o telespectador é o seu espírito; e o filme é a sua vida; e o diretor é o seu deus.
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